terça-feira, 1 de março de 2011

Índios da tribo Zo'é discutirão necessidades dos indígenas


Oriximiná - Oito índios da tribo Zo'é, de Oriximiná, viajaram hoje para Brasília onde terão uma reunião com o presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Márcio Augusto Freitas de Meira, com quem discutirão as principais necessidades dos indígenas.Os Zo'é entraram para a história como um dos últimos povos "intactos" na Amazônia. Seu contato com missionários protestantes norte-americanos e com sertanistas da Funai foi noticiado em 1987.Em uma rápida passagem por Santarém, todos se encantaram com as belezas naturais da praia do Carapanari e foram fotografados por muitos curiosos.

terça-feira, 6 de julho de 2010




Etnodicéia
Etnodicéia [Image]O Direito dos Povos de Ouvir o Evangelho. Este artigo foi elaborado para apresentar ao leitor a realidade dos povos isolados, com a finalidade de abordar principalmente as necessidades espirituais dessas pessoas. Muitas vezes precisamos ver para crer. Foi escrito também para refutar o pensamento que defende outra oportunidade para aqueles que morrem sem ouvir o evangelho de Cristo. Consulte os textos bíblicos abaixo relacionados sobre esse assunto. Isaías 53:4-5; Jeremias 13:25 e 17:9; João 3:16 e 14:6; Atos 4:12; Romanos 2:12, 3:10-11, 3:23 e 6:23; 2 Tessalonicenses 1:7-9, Hebreus 9:27; I Pedro 4:17 e Apocalipse 20:15 “...cetro de equidade é o cetro dor teu reino." Salmo 45:6 Em face do crescimento do argumento que defende uma forma especial de Deus para resolver o problema espiritual de grupos étnicos isolados, resolvi escrever algo sobre o assunto. Se fôssemos perguntar a certos grupos indígenas, se eles gostariam de continuar vivendo como estão, possivelmente muitos diriam que gostariam de continuar vivendo onde estão, e não como estão. O povo tribal é muito apegado à terra onde viveram seus antepassados, mormente por motivos culturais. A antropologia afirma que os povos pré-letrados (tecnologicamente menos desenvolvidos) se identificam muito mais intimamente com o seu mundo do que os povos letrados. O “onde” para muitos grupos étnicos é importantíssimo, mas o “como”é um fator a ser considerado. Por exemplo: Dormir à beira do fogo, cozinhar em cima de pedras, e morrer em decorrência de certas enfermidades que no mundo mais desenvolvido são facilmente controladas, para certos grupos significa coisa do passado. Convivendo com grupos indígenas diferentes através dos anos, percebi algo em comum entre eles. Todos queriam “as coisas dos civilizados”. Sendo assim, as únicas pessoas que devem decidir se querem ou não continuar vivendo “como estão”, são essas pessoas pertencentes aos grupos ora considerados. Certa vez um índio se expressou: “quem dorme à beira do fogo somos nós.” Numa tribo bem primitiva, os índios começaram a roubar biscoitos, enlatados e outras coisas dos missionários. Em muitas tribos a tecnologia do mundo letrado já chegou faz algum tempo. Conversando certa vez com pastor sobre a obra missionária, destacando especialmente a realidade de um nativo morrer sem ter ouvido o evangelho porque não teve oportunidade, e Por isso , estaria perdido, ele foi enfático: “para que pregar pra eles, Deus dará um jeito pra quem nunca ouviu de Cristo”. Palavras como essas vindas de uma pessoa que diz conhecer a verdade, simplesmente nos deixa perplexos. Deixá-los como estão em termos físicos, é um assunto muito defendido por profissionais da área de antropologia. Manter o povo indígena na condição em que se encontra, tem sido para muitos, fonte de lucro.. Provavelmente, essas pessoas que vivem nas cidades, não gostariam de trocar de lugar com nenhum deles. Muitas tribos indígenas estão vivendo numa condição de vida extremamente sofrida. É fato que a realidade é essa em muitas partes do mundo. Por outro lado, muitos grupos indígenas passaram e estão passando por um processo de aculturação, e isso de uma forma paulatina, o que significa integração. A Bíblia deixa claro que deus não planejou uma vida arredia para o homem. Satanás tem escravizado grupos étnicos por séculos, e se possível, irá mantê-los assim até o final de suas vidas. Conheci algumas tribos dentro do nosso país vivendo em estágios diferentes de integração. Uma dessas tribos, num estágio que poderíamos chamar de “estágio primordial”, completamente alheia à sociedade nacional. Esse grupo foi o que mais me impressionou. No cotidiano desse povo estava presente a farinha, a bebida forte, a nudez, a rede, a religião as danças, as doenças, etc... É evidente que podemos aprender muitas coisas com eles, nós que vivemos em um mundo mais desenvolvido. Todavia, o que ficou notório, é que na tribo onde a Palavra de Deus chegou, as mudanças foram grandes. De fato aonde o evangelho de Cristo chega, chega para fazer mudanças nas vidas das pessoas. A conversão a Cristo produz mudanças notórias nos hábitos, no comportamento, no linguajar, no asseio corporal etc... Na realidade não existe cristianismo sem mudanças nas vidas. “Tirar de um poço de lama e perdição” como diz o Salmo 40, envolve tirar o pecador das trevas do pecado, da vida de incredulidade, da indiferença, do comportamento imoral, da falta de amor ao próximo, da idolatria, do vício desenfreado, do adultério. Tudo isso pode ser visto no meio de um povo que vive em total isolamento. É assim que eles estão. Os índios andam bêbados pela aldeia, espancam suas mulheres, cometem assassinatos dentro do seu próprio grupo, roubam as coisas uns dos outros, mantêm comportamentos homossexuais. Uma índia grávida jogou-se deliberadamente ao chão, por cima do próprio ventre, com o intuito de matar a criança. Eu vi um índio supostamente carregando a alma de uma criança em seus próprios braços. É assim que eles vivem. Contudo, o evangelho tem feito a diferença em muitos grupos isolados. Deus não dará nenhum jeito no que diz respeito a esperança de vida eterna, perdão de pecados, reconciliação, justificação e regeneração, porque tudo isso já foi consumado no Calvário aproximadamente dois mil anos atrás. Conferir primeira carta de Pedro capítulo três verso dezoito. O preço foi muito alto. A vida de Jesus foi entregue, o que de mais valioso Deus possuía. Os indígenas precisam receber essa noticia, precisam ouvir as Boas Novas do Evangelho que liberta o pecador de muitos enganos e o transforma em nova criatura. È um direito de todos os povos ouvirem essa mensagem. “Deus dará um jeito para eles”, tem sido um pensamento forte e até predominante em muitos lugares, inclusive, em meios evangélicos. Satanás com seus ardis tem plantado essa mentira na mente de muitas pessoas. Conferir Evangelho de João capítulo oito verso quarenta e quatro. “Deixá-los como estão que Deus dará um jeito pra eles”, é um pensamento oriundo do inferno e de Satanás, “que não pensa nas coisas de Deus”. (Mt 16:23) Como povo de Deus, acredito eu, não queremos pensar como Satanás pensa, isto seria uma anomalia para o cristão que “tem a mente de Cristo” (I Cor. 2:16). Por causa desse pensamento, muitos cristãos não se sentem motivados a se engajarem nessa obra. O resultado para os que nunca ouviram o evangelho é fatal. Muitos já partiram para a eternidade sem ouvir de Cristo, e muitos estão vivendo nessa ignorância com um futuro incerto e obscuro. Muitas tribos no Brasil vivem sem conhecimento algum da Palavra de Deus, e estão destinadas a continuarem assim, se muitos cristãos continuarem acreditando que “há outro jeito”. Outro jeito seria outro caminho. Deus salva o pecador somente pela fé em Cristo. O único jeito de Deus. (João 14:6 e RM 3:22-23). Só Ele é o Salvador, somente Ele pode resgatar o pecador da condição de perdição em que se encontra. Estatísticas recentes revelam que noventa tribos brasileiras não foram alcançadas com o evangelho. Isso representa aproximadamente cento e trinta mil indígenas.. Enquanto estou escrevendo sobre esse assunto, fico pensando nos grupos que ainda não foram alcançados com a Palavra de Deus, que vivem sem conhecer o doador da vida, sem saber o que Cristo fez na cruz por eles. Certamente quando chegarem a conhecer a Cristo, não se sentirão satisfeitos em continuar vivendo “como estão”, na idolatria, nos vícios e na imoralidade. “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.” Rm 2:12 Tribos indígenas para muitas pessoas, significa pessoas condenadas ao isolamento, impedidas de conhecerem algo melhor. Tribo em nossos dias significa miséria espiritual de homens condenados ao silêncio e ao isolamento e a incomunicabilidade. Isso produz um sentimento de que essas pessoas são tratadas por Deus com certa diferença, de modo especial. Daí o falso conceito soteriológico. Já ouvi muitas pessoas dizerem: “Deus dará um jeito para aqueles que nunca ouviram o evangelho”. Eles falam isso porque não conhecem o que é viver em uma tribo, não sabem como vivem os nativos. Pensam talvez, que a natureza humana dos índios é diferente das outras pessoas que vivem nas cidades. Esquecem ou não sabem que todas as pessoas procedem de um só casal. Decidi escrever Etnodicéia com a intenção que Deus use esse artigo para despertar vidas para Cristo e para Sua obra.
O autor é missionário entre os povos indígenas desde 1982.
Por José Vagner Salgado