segunda-feira, 30 de março de 2009

Presença missionária é nociva à cultura dos povos indígenas??

Pra responder a quem diz que “a presença missionária é nociva à cultura dos povos indígenas em nosso país”, que é “questionável a legalidade da presença e ação missionária evangélica à frente de projetos sociais e na evangelização” e que os “projetos sociais, coordenados pelos movimentos missionários, servem de fachada para fundamentar sua presença entre os índios”, o departamento indígena da Associação Missionária Transcultural Brasileira (AMTB), formada por 32 agências missionárias de mais de 50 denominações evangélicas, está divulgando um manifesto.
Segundo Cassiano Luz, da diretoria da entidade, trata-se de um documento oficial “em resposta às três principais acusações tradicionalmente feitas às missões que atuam em área indígena”. Com o título “Presença e ação missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil”, o Manifesto busca mostrar o outro lado da discussão, “narrando com objetividade quem somos, nossos valores e ações”, e tratando de temas como: “O Evangelho e a Cultura Indígena”; “A presente realidade cultural indígena em relação aos processos de mudança social”; “Legalidade e presença missionária entre os povos indígenas no Brasil”; Detalhado histórico de relacionamento das missões evangélicas com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI); “A Essência da Legislação Indígena Brasileira Normativa da Questão Cultural e Religiosa”; e “Ações sociais coordenadas pela presença missionária entre os Indígenas do Brasil”. No Brasil, mais de 250 etnias indígenas formam um universo pulverizado e heterogêneo, lingüística, cultural e socialmente.
www.agenciasoma.org.br/arquivos/ManifestoAMTB.pdf.

Índios isolados

Alguns povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de lograrem sobreviver escondendo-se para sempre.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. Entretanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Há na FUNAI, desde 1987, uma unidade destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato, atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás.
Fonte: FUNAI