sexta-feira, 24 de julho de 2009

LÍNGUAS INDÍGENAS DO BRASIL

As línguas indígenas da América do Sul são agrupadas em famílias pelas evidências lingüísticas de relacionamentos genéticos. Agrupamentos genéticos de línguas são grupos de línguas procedentes essencialmente da mesma língua, à qual nós referimos como protolíngua.

As evidências incluem correspondências fonéticas que aparecem consistentemente em cognatas nas várias línguas. Cognatas são palavras em línguas diferentes, reconhecíveis como sendo aparentadas por serem originadas da mesma fonte. Por exemplo, os seguintes pares de palavras são cognatas em português e espanhol:

fazer hacerfilho hijo

Há uma grande diversidade genética nas línguas indígenas do Brasil. Baseado no número de línguas aparentadas dentro de um grupo, há quatro famílias e/ou troncos maiores. Uma família lingüística é um agrupamento de línguas procedentes de uma única língua. Exemplos de famílias lingüísticas fora da América do Sul são: Germânica, Latina e Eslávica. Também há duas famílias de tamanho médio e várias famílias menores, bem como várias línguas isoladas.

Um tronco lingüístico é um agrupamento de famílias lingüísticas procedentes de uma só língua. A relação entre estas famílias é mais distante em termos de tempo de separação. Por isso, as diferenças entre línguas de famílias diferentes são maiores do que as entre línguas da mesma família. Por exemplo, o tronco Indo-Europeu inclui as famílias Germânica, Latina, Eslávica, e várias outras famílias.
Uma língua isolada é uma língua que não evidencia nenhum relacionamento genético com outras línguas.

Agrupamentos maiores: Arawak (também chamado Maipuran por alguns lingüistas fora do Brasil), Carib, Macro-Gê, e Tupi.

Famílias de tamanho médio: Pano, Tucano.

Famílias menores: Arawá, Kariri, Katukina, Makú, Mura-Pirahã, Nambikuara, Yanomami.

Línguas isoladas: Ticuna, Aikaná, Koiaiá, Jabuti, Kapiwana, Trumai, Máku, Awaké, Irantxe.

Aproximadamente 38% das línguas da América do Sul são consideradas "ameaçadas" porque são grupos pequenos com população de 600 pessoas ou menos. Usando este critério, são 133 línguas ameaçadas no Brasil. Destas, 105 têm uma população de 225 ou menos.

Fonte: Mary Ruth Wise, 1994.

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