quinta-feira, 1 de outubro de 2009

OS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL E A URGÊNCIA MISSIONÁRIA

Vivemos em um país com 257 tribos indígenas perfazendo uma população aproximada de 364.000 pessoas. Segundo o pesquisador Paulo Bottrel(1) apenas 4 etnias (Katuena, Mawayana, Wai-Wai e Xereu) possuem a Bíblia completa, 34 dispõem do Novo Testamento e outras 59 contam com porções bíblicas. Entretanto mais de 120 tribos necessitam urgentemente da tradução das Escrituras. Apesar das 25 Agências Missionárias que bravamente atuam entre os índios em nosso país ainda contamos com um vasto campo que necessita do evangelho e 103 grupos permanecem sem presença missionária.
É certo que o desafio vai muito além das estatísticas e das palavras, pois é prefigurada por faces, vidas, histórias e culturas milenares as quais tem sofrido ao longo dos séculos a devassa dos conquistadores, a forte imposição sócioeconômica, etnofagias e perdas culturais.
Em meio a todo este quadro há necessidade gritante de homens e mulheres que se disponham a encarar a transmissão do evangelho valorizando o homem e sua cultura dentro de uma esfera de compreensão lingüística e aplicabilidade social, o que envolve o ultrapassar de várias barreiras. Uma delas é o estudo, registro, preservação, uso e valorização das línguas maternas.


1. O Apelo das Minorias
No contexto sul-americano nosso país possui a maior densidade lingüística e diversidade genética e, paradoxalmente, uma das menores concentrações demográficas por língua falada. As 185 línguas indígenas são distribuídas em 41 famílias, dois troncos e uma variedade desconhecida de línguas isoladas(2). Em meio a esta grande diversidade apenas 3 etnias (Tikuna, Kaingang e Kaiwá) possuem mais de 20.000 pessoas e a média de falantes por língua é de 196 pessoas. 53 povos têm menos de 100 indivíduos e há aqueles com menos de 10 representantes como os Akunsu, com 7 pessoas, os Arua com 6 e os Juma também com 7 indivíduos. Quando pensamos em grupos indígenas nos confrontamos com a realidade de povos minoritários.
Nos anos 80 pesquisadores do Museu Goeldi encontraram os dois últimos falantes do Puruborá. Em 1995 foi identificado um grupo arredio como sendo falante do até então desconhecido Canoê(3) e Pierre Grenand reconhece a existência de 52 grupos ainda sem contato com o mundo exterior cujas línguas não foram estudadas, praticamente todas minoritárias.
O Brasil evangélico não indígena, por sua vez, experimenta desde os anos 80 um rápido crescimento tanto em número de templos como de convertidos, motivo de louvor a Deus. Isto por outro lado têm nos levado a desenvolver uma missiologia mais pragmática, que cultua os resultados, do que Escriturística, que valoriza a Palavra. Assim tanto a expectativa missionária por parte do corpo evangélico nacional quanto à prática no plantio de igrejas valoriza o quantitativo. E isto não será encontrado no universo indígena, pois a conversão de toda uma tribo pode representar, em alguns casos, apenas uma dúzia de pessoas. Precisamos ser relembrados da proposta de Jesus: tornar-se conhecido dentre todos os povos, tribos línguas e nações da terra(4) e isto jamais acontecerá enquanto não alcançarmos os grupos minoritários. Precisamos de uma Igreja apaixonada por Jesus e disposta a gastar bastante tempo e recursos no preparo de seus obreiros a fim de fazer o Evangelho de Cristo conhecido entre todos os povos, também os minoritários.


2. O Apelo da Subsistência Lingüística
Michael Kraus(5) afirma que 27% das línguas sul-americanas não são mais aprendidas pelas crianças. Isto significa que um número cada vez maior de crianças indígenas perde seu poder de comunicação a cada dia. Isto possui raízes diferenciadas que vai desde a imposição socioeconômica nas tribos mais próximas dos vilarejos e povoados até a falta de uma proposta educacional na língua materna, fazendo-os migrar para o português.
Rodrigues(6) estima que, na época da conquista, eram faladas 1273 línguas, ou seja, perdemos 85% de nossa diversidade lingüística em 500 anos. Luciana Storto delata uma crise sociolingüística no estado de Rondônia onde 65% das línguas estão seriamente em perigo por não serem mais usadas pelas crianças e por terem um número pequeno de falantes.
Precisamos perceber que a perda lingüística está associada às perdas culturais irreparáveis como a transmissão do conhecimento, formas artísticas, tradições orais, perspectivas ontológicas e cosmológicas. Perde-se também a ponte de comunicação para um pleno entendimento do evangelho. No processo de transição, quando a língua materna é perdida, normalmente há o que podemos chamar de ‘geração perdida’, um vácuo cultural que normalmente atinge uma geração inteira. Ou seja, no processo de perda lingüística e migração para o português, os grupos indígenas normalmente passam por um processo de adaptação quando não possuem mais fluência na antiga língua materna e também não aprenderam o suficiente do português para uma comunicação mais profunda, processo que em média dura 30 anos. Este é um momento de perigo onde a identidade indígena é auto-questionada, seus valores perdidos e sobretudo seu poder de comunicação. A presença missionária catalogando, analisando e registrando a língua indígena a valoriza perante seu próprio povo e abre caminho para sua preservação. O Evangelho assim não apenas responde os questionamentos da alma mas contribui para a sobrevivência cultural.


3. O Apelo da Tradução Bíblica
‘Se Deus nos ama, por que Ele não fala a nossa língua ?’
Estas palavras impactaram a mente de William Cameron Townsend quando trabalhava com o povo Cakchiquel da Guatemala desde 1919. Após ser despertado para a necessidade de comunicar o evangelho na língua materna de cada povo ele se dispôs a fundar a SIL (Sociedade Internacional de Lingüística) que atua perseverantemente na tradução das Escrituras. Mas esta não é apenas uma preocupação moderna. Martinho Lutero, reformador protestante, percebeu rapidamente a incapacidade da Igreja conhecer a Deus sem conhecer a Palavra e assim lançou em 1534 a primeira edição da Bíblia por ele traduzida.
A força missionária tem sido ao longo das décadas um divisor de águas na subsistência das línguas indígenas brasileiras sob o esforço da SIL (7) e Missão Novas Tribos do Brasil dentre outras Agências missionárias e atualmente novas organizações como ALEM8 tem liderado o interesse pela tradução bíblica. Boa parte devido aos nossos preciosos irmãos norte-americanos que valorosamente trabalharam e trabalham na análise e grafia lingüística e tradução da Palavra para vários idiomas, como o caso do missionário Robert Hawkins que dedicou 54 anos de sua vida traduzindo a Bíblia completa para a língua Wai-Wai.
O presente apelo é por obreiros brasileiros, com desejo de se esmerarem no estudo lingüístico e se prepararem da melhor forma possível para transmitir o evangelho a mais de 120 línguas no Brasil Indígena.


4. Conclusão
Cerca de 3 anos atrás, quando estávamos integralmente envolvidos com a evangelização dos Konkombas em Gana na África, participei de uma conferência em Chicago onde se reuniam missiólogos e missionários de boa parte do mundo. Muitos temas eram estudados mas sobretudo havia oportunidade para desafios missionários nas preleções da noite. Em minha sessão, falando sobre povos ainda não alcançados, tentei confrontar o auditório com um silogismo bíblico de responsabilidade na comunicação do evangelho dizendo: ‘...em Gana a Igreja fortemente expressiva no sul do país ainda não se despertou para as quase 100 tribos não alcançadas ao norte, dentre elas os Konkombas-Bimonkpeln com os quais trabalhamos. Infelizmente ainda é necessário o envio de missionários estrangeiros para o alcance das tribos ao norte porque a Igreja dorme’.
Na preleção a seguir um norte americano falaria sobre o desenvolvimento de igrejas autóctones. Ele iniciou seu sermão mais ou menos da seguinte forma: “Fui missionário por mais de 20 anos na Amazônia brasileira entre indígenas ainda não alcançados pois apesar da existência de milhões de evangélicos naquele país não havia missionários suficientes. Isto por que a Igreja dorme.”
Senti-me muito constrangido mas reconheci, infelizmente, que suas palavras não estavam tão longe da verdade. É possível mudar.



Notas: 1 Responsável pelo banco de dados da AMTB 2 Segundo Aryon Rodrigues, ‘Línguas Indígenas – 500 anos de descobertas e perdas’ 3 Segundo relato de Pierre e Fraçoise Grenand 4 Apocalipse 5:9 5 Michael Krauss - The world’s languages in crisis’ 6 Idem Nota 2 7 Sociedade Internacional de Lingüística 8 Associação Lingüística Evangélica Brasileira



Ronaldo Lidório - É doutor em Antropologia, missionário da Missão AMEM em parceria com a


Extraído da Revista AMEM, nº 13, 3º Trim/2003. pp.12-14.

domingo, 13 de setembro de 2009

MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL

A Missão Novas Tribos do Brasil é uma agência missionária indenominacional, servindo à igreja brasileira no ministério transcultural há mais de 55 anos. Atua em parceria com as igrejas, no recrutamento, no treinamento específico e envio de obreiros ao campo missionário.Das 258 tribos no Brasil a MNTB está presente em mais de 50 tribos, levando o ensino da Palavra de Deus, dando assistência nas áreas de saúde e educação.Faça parte dessa equipe.Entre em contato com os centros de preparo e saiba como iniciar seu treinamento visando a evangelização transcultural.
Consulte o site da Missão:
http://www.mntb.org.br/

sexta-feira, 24 de julho de 2009

LÍNGUAS INDÍGENAS DO BRASIL

As línguas indígenas da América do Sul são agrupadas em famílias pelas evidências lingüísticas de relacionamentos genéticos. Agrupamentos genéticos de línguas são grupos de línguas procedentes essencialmente da mesma língua, à qual nós referimos como protolíngua.

As evidências incluem correspondências fonéticas que aparecem consistentemente em cognatas nas várias línguas. Cognatas são palavras em línguas diferentes, reconhecíveis como sendo aparentadas por serem originadas da mesma fonte. Por exemplo, os seguintes pares de palavras são cognatas em português e espanhol:

fazer hacerfilho hijo

Há uma grande diversidade genética nas línguas indígenas do Brasil. Baseado no número de línguas aparentadas dentro de um grupo, há quatro famílias e/ou troncos maiores. Uma família lingüística é um agrupamento de línguas procedentes de uma única língua. Exemplos de famílias lingüísticas fora da América do Sul são: Germânica, Latina e Eslávica. Também há duas famílias de tamanho médio e várias famílias menores, bem como várias línguas isoladas.

Um tronco lingüístico é um agrupamento de famílias lingüísticas procedentes de uma só língua. A relação entre estas famílias é mais distante em termos de tempo de separação. Por isso, as diferenças entre línguas de famílias diferentes são maiores do que as entre línguas da mesma família. Por exemplo, o tronco Indo-Europeu inclui as famílias Germânica, Latina, Eslávica, e várias outras famílias.
Uma língua isolada é uma língua que não evidencia nenhum relacionamento genético com outras línguas.

Agrupamentos maiores: Arawak (também chamado Maipuran por alguns lingüistas fora do Brasil), Carib, Macro-Gê, e Tupi.

Famílias de tamanho médio: Pano, Tucano.

Famílias menores: Arawá, Kariri, Katukina, Makú, Mura-Pirahã, Nambikuara, Yanomami.

Línguas isoladas: Ticuna, Aikaná, Koiaiá, Jabuti, Kapiwana, Trumai, Máku, Awaké, Irantxe.

Aproximadamente 38% das línguas da América do Sul são consideradas "ameaçadas" porque são grupos pequenos com população de 600 pessoas ou menos. Usando este critério, são 133 línguas ameaçadas no Brasil. Destas, 105 têm uma população de 225 ou menos.

Fonte: Mary Ruth Wise, 1994.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Crença Indígena!!!


Como os demais indígenas da América, os índios do Brasil têm descendência asiática. Segundo os estudiosos, na época do descobrimento, formavam uma população de cerca de 5 milhões de pessoas, mas hoje não passam de 300 mil. Estes acham-se distribuídos em 240 tribos espalhadas por todos os estados brasileiros, menos no Piauí, e falando cerca de 185 línguas diferentes. A crença indígena é animista. Isto indica que os índios acreditam na existência de um mundo sobrenatural e em sua interação com o mundo natural. A pajelança existe precisamente para fazer a mediação entre um e o outro mundo. Os índios acreditam que tudo tem vida - as árvores, as águas, as pedras, etc. Para certas tribos, alguns dos seres que fazem parte do mundo sobrenatural habitam as águas, os rios e as matas. A mitologia indígena, que consta de uma série de lendas tidas como fatos dos tempos lendários ou mitológicos, traz a explicação para os vários fenômenos da vida e da natureza, como a própria vida, a morte, a existência do bem e do mal, a dor e o sofrimento, e também explica a gênese de todas as coisas. A relação entre o natural e o espiritual é tão grande que a origem das doenças, por exemplo, é sempre considerada espiritual. Sempre que alguém adoece, um pajé entra em ação para apaziguar o espírito causador da enfermidade. O mesmo acontece com as atividades de caça e pesca e com o plantio de roças. É necessário guardar os tabus para favorecer os espíritos e conseguir sucesso nos empreendimentos.

Fonte: Missão MEIB

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Cultura e o Evangelho

Nenhum elemento externo jamais deve ser imposto a uma cultura. Toda imposição pressupõe carência de respeito humano e cultural, além de grave erro na construção do diálogo. Assim, a catequese histórica e impositiva, bem como qualquer outro elemento que force a mudanças não desejadas, mesmo em áreas como educação, saúde e subsistência, devem ser duramente criticadas.
Por outro lado, é também respeito cultural conceber ao indígena o direito de realizar escolhas, voluntárias e desejadas, dentro de seu próprio bojo cultural. Para Roberto Cardoso a mudança é possível se percebida sua necessidade e deve ser processada no interior de uma comunidade intercultural de argumentação[1]. Ele se baseia no etno-desenvolvimento que, na declaração de San José (1981) é “o fortalecimento da capacidade autônoma de decisão de uma sociedade culturalmente diferenciada para orientar seu próprio desenvolvimento e o exercício da autodeterminação”.
Rouanet expõe que “o homem não pode viver fora da cultura, mas ela não é seu destino, e sim um meio para sua liberdade. Levar a sério a cultura não significa sacralizá-la e sim permitir que a exigência de problematização inerente à comunicação que se dá na cultura se desenvolva até o telos do descentramento”[2]. Este argumento nos leva a compreender que os conflitos são universais, tais como a morte, o sofrimento, a discriminação ou a repressão. E perante estes conflitos podemos compartilhar a mútua experimentação na busca de soluções internas.
As chamadas mudanças culturais, em lugar de causar rápida rejeição, deve ser observada de forma mais íntegra, ou seja, se tais mudanças são voluntárias e desejadas. O machismo, na América Latina, embora seja cultural, é atacado e limitado por políticas públicas que vêem neste elemento cultural um dano ao próprio homem e sociedade. O jeitinho brasileiro, que patrocina a corrupção e tolerância de pequenos delitos, apesar de ser resultante de elementos também culturais não deixa de ser compreendido como nocivo ao homem. Como tal não é aceito pela sociedade como desculpa para a continuidade de práticas danosas à vida. O mesmo poderíamos falar a respeito do racismo. Nestes três casos a universalidade ética é evocada e aceita de forma geral pela sociedade e os direitos humanos são reconhecidos. Por que que não no caso de elementos culturais nocivos à vida, como o infanticídio e conflitos étnicos, em contexto indígena?
O fato é que a aproximação e conhecimento do evangelho e valores bíblico-cristãos contribui para uma reflexão interna em algumas sociedades indígenas gerando mudanças voluntárias e desejadas. Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?
Quando as motivações missionárias são questionadas, em sua relação com as sociedades indígenas, há de se notar clara discriminação. Há iniciativas particulares e governamentais junto às sociedades indígenas conduzidas pelas mais diversas motivações como a política, financeira e humanista. A iniciativa missionária evangélica possui como principal motivação valores cristãos como o amor ao próximo, a solidariedade humana e o evangelho e, devido a isto, sente-se freqüentemente discriminada, como se a motivação religiosa fosse menos digna que a política. Precisamos rever nossos pressupostos.
Há grave diferença entre a catequese e a evangelização. Todo cristão, sincero e convicto de sua fé, tem ou deveria ter o desejo de compartilhar aquilo que tem de mais precioso em seu ser e sua cultura, qual seja, a sua fé e as verdades do evangelho, uma baseada e construtora da outra. Tal compartilhar, quando em um ambiente em que o mesmo é desejado pelo receptor, não oprime a cultura, ao contrário promove diálogo e reflexão.
Esta evangelização difere-se da catequese em relação ao conteúdo, abordagem e comunicação. O conteúdo da catequese é a Igreja, com seus símbolos, estrutura e práticas, sua eclesiologia. O conteúdo da evangelização é o evangelho, os valores cristãos centrados em Jesus Cristo. A abordagem da catequese é impositiva e coercitiva. A abordagem da evangelização é dialógica e expositiva. A catequese se comunica a partir dos códigos do transmissor, sua língua e seus costumes importando e enraizando valores. A evangelização se dá com a utilização dos códigos do receptor, sua língua, cultura e ambiente, respeitando os valores locais e contextualizando a mensagem.
A influência intencional do movimento missionário evangélico orientado pela AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras) possui alvos de forte colaboração com a preservação cultural, social e lingüística das sociedades indígenas de nosso País, tais como:
- Contribuir para que o indígena valorize e permaneça em sua própria terra natal (sua homeland) evitando migrações tempestivas e com conseqüência social negativa para as beiras dos grandes rios, centros em urbanização ou urbanizados.
- Colaborar para que haja um bom programa de educação na própria língua materna, valorizando-a e possibilitando que seus fatos históricos e sociais sejam por eles registrados, preservados e transmitidos perante este contexto de rápida influência social externa que não raramente invalida o valor da língua materna para um grupo.
- Colaborar para que haja programas em áreas vitais, como a saúde, que responda às necessidades essenciais dos grupos indígenas.
- Contribuir para que, em processos já em andamento de integração com a sociedade não indígena, colaborar com os mecanismos de valorização étnica, cultural e lingüística, a fim de que o grupo não seja diluído perante a sociedade maior. Também colaborar com o grupo em sua busca por uma convivência digna com outros, quando fora da sua terra natal.
Em uma observação imparcial, destituída de pressupostos discriminatórios quanto à evangelização, perceberíamos que diversas sociedades indígenas que mantém um relacionamento mais próximo com missionários evangélicos valorizam mais sua própria cultura e língua do que no passado.
Não podemos negar que a postura antropológica brasileira, não intervencionista, é influenciada também pela culpa coletiva pelo passado, pela forma desastrosa como os indígenas foram julgados e condenados. Postura semelhante se viu na Alemanha pós-nazista que, de uma xenofobia causticante, se extremou por algum tempo nos caminhos de uma tolerância radical ao diferente, qualquer diferente, mesmo o nocivo socialmente.
Aryon Rodrigues estima que, na época da conquista, eram faladas 1.273 línguas,[3] ou seja, perdemos 85% de nossa diversidade lingüística em 500 anos. Luciana Storto chama a atenção para o Estado de Rondônia, onde 65% das línguas estão seriamente em perigo por não serem mais aprendidas pelas crianças e por terem um ínfimo número de falantes. Precisamos perceber que a perda lingüística está associada a perdas culturais complexas, como a transmissão do conhecimento, formas artísticas, tradições orais, perspectivas ontológicas e cosmológicas.
Perante tal realidade somos levados a observar o passado e defender uma postura radicalmente não intervencionista, não dialógica, no presente. No subconsciente talvez estejamos tentando minimizar o risco de outros erros. Porém não percebemos que esta omissão apenas há de contribuir para a ausência de soluções de subsistência, seja numérica, lingüística ou cultural, dos povos indígenas do Brasil. Não devemos evitar o diálogo, mas sim a subversão. Não devemos nos omitir da busca coletiva pela solução de conflitos, mas sim evitar a imposição em reações que não sejam autônomas. Ao participar da construção do ambiente que gera o dano devemos também participar da busca pelas soluções.

Percebemos assim que:

Toda imposição é nociva e desrespeitosa. Nenhum elemento deve ser imposto a uma sociedade, seja indígena ou não indígena, sob nenhum pressuposto.

A cultura humana não é o destino do homem e sim seu meio de liberdade. É também respeito cultural conceber ao indígena o direito de realizar escolhas, voluntárias e desejadas, dentro de seu próprio bojo pessoal e social.

As motivações missionárias evangélicas para o relacionamento com as sociedades indígenas devem ser igualmente respeitadas. Motivação religiosa não deve ser confundida com imposição religiosa.

A evangelização difere-se da catequese em relação ao conteúdo, abordagem e comunicação. Cabe ao indígena mensurar o valor da evangelização, em seu ambiente e com total liberdade.

Fonte - Sepal

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Indígenas acusam evangélicos da Jocum de sequestro!!


Brasília - Lideranças das nações Yawalapiti, do Mato Grosso, e Kayapó, do Pará, denunciaram ontem à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados a adoção ilegal de crianças indígenas por duas organizações evangélicas - a brasileira Atini Voz Pela Vida e a americana Jovens Com Um Ideal (Jocum). Segundo os caciques, as duas entidades sequestram crianças com a desculpa de que estão evitando o infanticídio. No documento, endereçado aos deputados Luiz Couto (PT-PB), presidente da comissão, e Janete Pietá (PT-SP), relatora do projeto de lei prevendo a prisão dos pais que mantiverem a tradição de sacrificar crianças que nascem com deficiências físicas e mentais, representantes das duas tribos acusam a Atini e a Jocum de difamarem os índios e suas tradições utilizando a internet e os meios de comunicação para anunciar a prática de infanticídio.
A direção da Atini nega a prática de sequestro e diz que existem quatro crianças na sede da Atini em Brasília, acompanhadas pelos pais. Segundo a conselheira Damares Alves, elas estão em tratamento médico.
Os caciques das duas etnias solicitam a suspensão da tramitação do projeto de lei que criminaliza várias tradições indígenas. Apresentado pelo deputado Henrique Afonso (PT-AC), o projeto prevê a prisão de um a seis meses de indígenas que mantiverem a tradição ou de qualquer outra pessoa que souber do fato e não denunciar à polícia. A punição, portanto, se estenderá a funcionários públicos ou ONGs que atuam na área. A lei proposta por Afonso admite a retirada provisória da criança e dos pais que discordarem da prática das aldeias e sua transferência para abrigos mantidos por entidades governamentais e ONGs. “A proposta de lei assustou a comunidade indígena, que não quer submeter suas tradições a ações da Polícia Federal”, protestou o índio Anuiá, líder da comunidade Yawalapiti. Ele garantiu que o sacrifício de crianças indígenas doentes foi abandonado em quase todas as aldeias do país.
Segundo o cacique Aritana, há dezenas de casos de desaparecimento de crianças indígenas adotadas por militantes das entidades evangélicas Atini e Jocum com a desculpa de estarem impedindo o infanticídio. As duas instituições são as patrocinadoras do projeto de lei encampado pelo deputado, que é evangélico.
O relatório da deputada Janete Pietá, não acata a proposta de Afonso de criminalizar os pais pelo sacrifício de crianças com deficiências. Pietá considera a proposta de punição “um equívoco”, e sugere a criação de um conselho tutelar indígena para tratar dessas situações. Na campanha contra o infanticídio, a Atini e a Jocum produziram o documentário de ficção Hakani, veiculado no site YouTube, que conta a história de uma menina da etnia Suruwahá que nasceu com síndrome de Down e foi salva pelo irmão mais velho. A menina, hoje adolescente e vivendo em Brasília, foi adotada por um casal de linguistas da Atini. O filme gerou protestos da Funai, que considerou a campanha uma interferência externa nas tradições dos Suruwahá.
Fonte: Diário de Pernambuco

Etnia Xacriabá!

Um dos poucos grupos indígenas que habitam o estado de Minas Gerais, os Xakriabá sobreviveram ao intenso contato com os bandeirantes e depois com as frentes pecuaristas e garimpeiras. Tiveram seu território ocupado por fazendeiros e hoje lutam para ampliar suas terras demarcadas e recuperar parte dele. Também estão vivendo um processo de valorização cultural, buscando identificar e registrar itens e aspectos de sua cultura de modo a proteger esse patrimônio
As terras Xakriabá localizam-se no município de São João das Missões, no norte de Minas Gerais. A Terra Indígena Xakriabá foi homologada em 1987 com a extensão de 46.415 hectares, e posteriormente, em 2003, foi acrescentada em área contínua a TI Xakriabá Rancharia, homologada em 2003 com 6.798 hectares.
A população passa dos 7 mil indígenas.O território localiza-se às margens do rio Itacarambi, onde existem pequenos rios temporários e alguns permanentes. O clima é quente durante todo o ano. A estação chuvosa compreende os meses de outubro a março. Porém, nos últimos anos, o índice de chuvas têm diminuído.O solo é cheio de contrastes em toda a extensão do território. Em diversas áreas mais altas encontram-se maciços de calcário com cavernas. A vegetação predominante é o cerrado, com árvores de pequi, aroeira, juá, jurema, braúna, pau-d'arco, entre outras. A maior parte da vegetação é nativa, constituída por mata seca e a vereda. Tais áreas são usadas para caçadas e coleta de frutos, tais como cagaita, cabeça de negro, jabuticaba, maracujá, melão de São Caetano e xixá. Entre os animais, os mais comuns são veados, cutia, tatu, onça, coelho, raposa, tamanduá, gambá e seriema.Alguns desses animais encontram-se em extinção dentro da TI, devido à caça sem controle e fora de época. E, devido à agricultura e ao aumento da criação de gado, o desmatamento no território xakriabá também vem aumentando de modo preocupante.
Esse povo precisa conhecer o evangelho. Falta missionários.
Fonte: http://www.socioambiental.org/

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Evangelização dos Povos Indígenas!!

A evangelização dos povos indígenas tem sido assunto de muita polêmica nos meios acadêmicos e veementemente combatido pelos antropólogos. No entanto, esse assunto não tem recebido a devida importância na maioria de nossas igrejas. Mas, Deus está movendo a igreja brasileira com o espírito de missões e isso abre um novo horizonte para esses povos. Para que possamos ver frutos concretos desse ministério o trabalho de evangelização precisa ser feito observando os seguintes pontos:

Diversidade de nível integracional!

Os grupos indígenas são conhecidos como:
- Integrados ou aculturados
- Semi-aculturados
- Isolados

Há necessidade de respeitar esse nível de integração, mas todos eles necessitam ouvir o evangelho na sua língua e contextualizado à sua cultura.

Diversidade Lingüística!

As línguas indígenas brasileiras estão divididas em:
Troncos
Famílias
Línguas

Perguntas: Quantas são? Quantas têm algo da Palavra de Deus? Quantas ainda não têm nada da Palavra de Deus?

Apenas algumas tribos falam a mesma língua, ou uma língua bem parecida. É necessário aprender cada uma dessas línguas, pois só na sua língua materna esses povos podem entender plenamente o evangelho.

Diversidade Cultural!

Cada povo indígena tem sua cultura própria, mesmo que já tenha perdido sua língua nativa. A cultura indígena não é inferior ou superior à nossa, mas apenas diferente, como acontece com todas as outras culturas. É necessário aprende-la para aplicar o Evangelho dentro desse contexto cultural. Cada cultura possui elementos que poderão ser usados como chave na aplicação da mensagem. Apesar das diversidades e perseguições, precisamos urgentemente levar o evangelho às tribos indígenas. Deus quer contar com você!

“Desempenhamos, por conseguinte, em nome de Cristo, o encargo de embaixadores; é Deus que exorta por nós. Em nome de Cristo, suplicamos: reconciliai-vos com Deus.” 2Cor. 5:20

segunda-feira, 30 de março de 2009

Presença missionária é nociva à cultura dos povos indígenas??

Pra responder a quem diz que “a presença missionária é nociva à cultura dos povos indígenas em nosso país”, que é “questionável a legalidade da presença e ação missionária evangélica à frente de projetos sociais e na evangelização” e que os “projetos sociais, coordenados pelos movimentos missionários, servem de fachada para fundamentar sua presença entre os índios”, o departamento indígena da Associação Missionária Transcultural Brasileira (AMTB), formada por 32 agências missionárias de mais de 50 denominações evangélicas, está divulgando um manifesto.
Segundo Cassiano Luz, da diretoria da entidade, trata-se de um documento oficial “em resposta às três principais acusações tradicionalmente feitas às missões que atuam em área indígena”. Com o título “Presença e ação missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil”, o Manifesto busca mostrar o outro lado da discussão, “narrando com objetividade quem somos, nossos valores e ações”, e tratando de temas como: “O Evangelho e a Cultura Indígena”; “A presente realidade cultural indígena em relação aos processos de mudança social”; “Legalidade e presença missionária entre os povos indígenas no Brasil”; Detalhado histórico de relacionamento das missões evangélicas com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI); “A Essência da Legislação Indígena Brasileira Normativa da Questão Cultural e Religiosa”; e “Ações sociais coordenadas pela presença missionária entre os Indígenas do Brasil”. No Brasil, mais de 250 etnias indígenas formam um universo pulverizado e heterogêneo, lingüística, cultural e socialmente.
www.agenciasoma.org.br/arquivos/ManifestoAMTB.pdf.

Índios isolados

Alguns povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de lograrem sobreviver escondendo-se para sempre.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. Entretanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
Há na FUNAI, desde 1987, uma unidade destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato, atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás.
Fonte: FUNAI

Conferência Regional de Educação Escolar Indígena mobiliza CE, PB e PE

O Ministério da Educação e a Funai realizam, de 23 a 27 de março, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza/CE, a etapa Nordeste II da Conferência Regional de Educação Escolar Indígena. Participarão do evento 200 delegados, sendo 140 representantes dos povos indígenas do Ceará, Paraíba e Pernambuco e 60 delegados de instituições com protagonismo junto à Educação Escolar Indígena, como secretarias estaduais e municipais de Educação, universidades, organizações indigenistas, dentre outras.
O objetivo da conferência regional é elaborar resoluções para serem compartilhadas na Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que ocorre de 21 a 25 de setembro, em Brasília, com cerca de 600 delegados. “O que devemos tirar desses encontros é a divisão de responsabilidades entre os diversos atores envolvidos na educação escolar indígena: União, estados, municípios, Funai, conselhos, lideranças e comunidades indígenas. Todos têm que pactuar e assumir juntos esse desafio”, afirma o diretor de Educação para a Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Armênio Bello Schmidt.
Nas etapas regionais, os participantes realizam discussões pautadas em cinco eixos temáticos: educação escolar, territorialidade e autonomia dos Povos Indígenas; práticas pedagógicas indígenas; políticas, gestão e financiamento da educação; participação e controle social; diretrizes para a educação escolar indígena. Para representar os três estados da etapa Nordeste II, serão eleitos, no último dia de encontro, 18 delegados indígenas e nove ligados às instituições.
Duas conferências regionais já foram realizadas, uma em São Gabriel da Cachoeira (AM) e outra em Salvador (BA), e até agosto deste ano serão realizadas mais 16, totalizando 18 encontros. Como preparação para os eventos regionais, todos os estados realizam as Conferências das Comunidades Educativas, onde são discutidas questões referentes à escola indígena. Essas etapas já aconteceram no Ceará, onde existem 13 povos e 38 escolas; na Paraíba, com 01 povo e 30 escolas; e em Pernambuco, com 11 povos e 27 escolas.
A Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena é uma iniciativa do MEC em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretarias de Educação.


sexta-feira, 27 de março de 2009

ÍNDIOS EXPULSAM CRISTÃOS DA ALDEIA!

Parte dos índios das aldeias de Panambi e Panambizinho não quer a instalação de uma igreja na área da reserva. Eles temem a perda da identidade cultural com o estímulo a uma tradição que não faz parte dos costumes da aldeia. Para um cacique, se uma igreja for instalada, vai ser difícil evitar que representantes de outras religiões também queiram garantir espaço na aldeia. O assunto gerou polêmica porque um grupo de indígenas costuma freqüentar os cultos religiosos. “Nós estamos aqui e nunca saiu briga, nada, só alegria e paz no coração”, afirma o representante da igreja, Donizete Capilé. Margarida Nicoletti, administradora regional da Funai, foi chamada para acabar com o impasse. Depois de ouvir os índios, ela tomou uma decisão. “A Funai vai trabalhar para tirar da aldeia essas religiões. Eles não estão concordando com isso. Portanto, nós vamos defender a forma tradicional de se organizarem”, diz. A decisão da Funai não deve ficar restrita à aldeia de Panambi. As igrejas situadas na reserva indígena de Dourados (MS) também serão notificadas. Para isso, a fundação vai contar com a ajuda da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A decisão da Funai foi baseada em uma norma que orienta a preservação da cultura indígena.

sábado, 7 de março de 2009

Notícias sobre andamento do Decreto Presidencial

Em relação ao decreto presidencial que visa regulamentar a entrada de organizações em áreas indígenas, informamos que recebemos correspondências do gabinete do Deputado João Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, dando conta de que a Frente recebeu um expediente da Casa Civil, da presidência da República, o qual informava que o Projeto de lei, recebido em dezembro, foi devolvido ao Ministério da Justiça a fim de possibilitar mais debates sobre o tema.
Vemos este primeiro resultado como intervenção de Deus, após a mobilização que foi feita em dezembro, tanto pelos irmãos que nos acompanharam à Brasília quando entregamos os manifestos da AMTB e do CONPLEI em defesa da permanência das missões em áreas indígenas aos deputados evangélicos, como pelos que se mobilizaram divulgando e orando em todo o Brasil.
Nossa expectativa agora é que o assunto venha a consulta popular, a ser conduzida pelo Ministério da Justiça. Devemos continuar orando, e atentos a outras oportunidades de participação com sugestões, comentários etc. Uma dica é ficarmos atentos ao site do Ministério da Justiça - www.mj.gov.br.
Qualquer dos irmãos que queira participar desta forma, pode fazê-lo diretamente a nós, no Departamento para Assuntos Indígenas da AMTB – indígena@amtb.org.br, que saberemos a quem encaminhar.
Estamos acompanhando, e assim que houver agendamento da consulta popular, faremos nova divulgação.
Fonte - Boletim Departamento Indígena AMTB Nº 04 - Fechamento: 26/02/2009

Decreto restringe entrada de ONGs e missionários em terras indígenas

Um decreto à espera da assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criará restrições para a entrada de pesquisadores, missionários e organizações não-governamentais em terras indígenas. O texto obriga os religiosos, cientistas e ONGs a submeterem seus projetos à prévia análise do Ministério da Justiça. Se a reserva estiver próxima à faixa de fronteira ou na Amazônia Legal, a autorização dependerá ainda da avaliação do Ministério da Defesa e do Conselho de Defesa Nacional.O decreto é parte da estratégia do governo para controlar a ação das organizações não-governamentais e coibir a biopirataria e a exploração ilegal de recursos no Brasil, especialmente por estrangeiros. O documento chegou à Casa Civil uma semana antes do julgamento da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol (RR) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a próxima quarta-feira.O texto obriga que pessoas físicas e jurídicas que queiram desenvolver atividades nas reservas entreguem ao Ministério da Justiça um plano de trabalho que especifique o objetivo do projeto, o prazo necessário para sua execução, as estimativas de gastos e as fontes de financiamento. Além disso, as ONGs precisam ter cadastro no Ministério da Justiça. Caso o pesquisador seja estrangeiro, precisará de visto específico e deverá indicar o percurso a ser feito na terra indígena e as datas previstas para o início e término dos estudos. Ele não poderá, portanto, valer-se do visto de turista para entrar na reserva.No caso de ONG estrangeira, os responsáveis deverão apresentar o comprovante de autorização para funcionamento no Brasil e certidão de regularidade emitida pelo ministério. A licença para entrar na reserva será cancelada se o objeto do estudo for alterado sem a autorização do Ministério da Justiça. Os pesquisadores deverão, nesta hipótese, deixar imediatamente a região. O estrangeiro poderá ser deportado se não tiver visto específico para a atividade que for desenvolver. O pesquisador, missionário ou ONG que estiver em terra indígena quando o decreto for publicado terá 180 dias para pedir autorização do Ministério da Justiça, preenchendo todos os requisitos previstos no texto.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Notícias do campo!

Os índios Pitaguary estão promovendo essa semana um seminário sobre violência contra a mulher indígena onde várias etnias estão participando. Os Pitaguary vivem no município de Pacatuba, 25 kms de Fortaleza e estão divididos em 4 comunidades. A Missão está trabalhando em Capuan, Caucaia na evangelização dos Tapeba. Eles somam aproximadamente cinco mil índios divididos em 17 comunidades. Estão recebendo estudo bíblico dos missionários.

quinta-feira, 5 de março de 2009

ÍNDIOS CRISTÃOS SÃO ENCONTRADOS MORTOS!

Um grupo desconhecido de indígenas, no noroeste da capital guatemalteca, esquartejou a machadadas três membros de uma congregação evangélica indígena, informou a polícia nacional civil. Os corpos foram encontrados por camponeses numa zona rural da comunidade de San Antonio Ilotenango, 240 quilômetros a noroeste da capital, segundo declaração dada pelo porta-voz da polícia a uma emissora de rádio local. De acordo com a fonte, as vítimas foram identificadas como: Antonio Lucas Ramirez de 37 anos, Juan Yat Cobos, 34 anos, e José Abelino Ajitax, também de 34 anos. Todos eles índios que deixaram seus rituais locais pelo cristianismo.O presidente guatemalteco Oscar Berger, que entregará o poder no próximo dia 14 de janeiro, reconheceu que fracassou na segurança. Ocorrem aproximadamente 15 crimes por dia no país, por isso a Guatemala é considerada um dos países mais violentos da América Latina.
Fonte - Site Portas Abertas